É tempo de revolução em São Paulo!

Manifesto de lançamento da pré-candidatura de Angélica Lovatto a vereadora na capital paulista

  Dentro do vasto território de uma das maiores cidades do mundo – São Paulo –, convive-se com a guerra de classes sem fim e a céu aberto. Aqui vivem, de um lado, uma das burguesias mais ricas e de maior poder político-midiático da América Latina, e, de outro lado, uma crescente miséria dos trabalhadores, a se perder de vista. A cidade de São Paulo representa cerca de 13% do PIB brasileiro e é, ainda segundo a riqueza medida em PIB, uma das mais ricas do mundo. É precisamente por isso que o conflito entre o cada vez maior número de carros blindados e de pessoas em situação de rua pode ser lido como aquela panela de pressão prestes a explodir, especialmente na periferia. Do mesmo modo que São Paulo serve de residência para setores tradicionais e bem organizados da burguesia interna, ela também é local de trabalho, estudo e/ou de moradia para a classe trabalhadora brasileira cada vez mais numerosa. O ritmo de urgência é irradiado desde o centro burguês do país e nos aproxima da próxima superação provisória do impasse entre revolução e contrarrevolução: é hora de implementar a autogestão articulada dos trabalhadores em todos os âmbitos possíveis e nos fortalecer na disputa da crítica a esse estado de coisas e na tarefa histórica do proletariado brasileiro de organizar uma vanguarda política nesse país.

 

  O rápido processo de erosão do pacto firmado em torno do Plano Real teve como clímax inicial as jornadas de junho de 2013, cujo primeiro centro irradiador foi a cidade de São Paulo. O acúmulo de contradições na cidade com maior concentração de capitais do país se expressou na derrota veloz e certeira, mas temporária, do maior poder político e econômico, sob o comando da Fiesp. No entanto, nem tudo são flores, pois aquela sucessão de acontecimentos mostrou à vanguarda brasileira tanto os limites da ação direta pela realização de atos e passeatas, quanto da ação institucional, restando claro que poder eleitoral não é o mesmo que poder político. Isso nos traz a convicção de que o salto de qualidade militante no Brasil passa pela formação de uma vanguarda política e de uma referência crítica nesse país. Os sinais de esgotamento tanto do voluntarismo movimentista quanto do cretinismo parlamentar têm mostrado que é necessário apostar na organização teórico-prática da luta dos trabalhadores brasileiros, estejam eles empregados ou não, isto é, a classe em sua totalidade.

 

  Qualquer programa que aponte para a revolução brasileira em São Paulo deve partir da articulação da revolução urbana. Todos os equipamentos públicos e a política dentro do município têm que se voltar à autogestão articulada e à formação de conselhos populares de vanguarda e não simplesmente associações. A forma de luta essencial numa cidade como São Paulo deve privilegiar a formação de conselhos de bairro, conselhos de fábrica no centro e na periferia, conselhos de moradia, de estudo e de locais de trabalho, de modo a politizar e a conectar a população na tarefa de superação do subdesenvolvimento e da dependência que marcam a história do país.

 

  Os próprios produtores do espaço social urbano devem igualmente produzir conscientemente o programa do nacionalismo revolucionário, já que os incontáveis problemas da cidade são frutos do subdesenvolvimento e da dependência, cujo epicentro é precisamente São Paulo. Isso necessita ser dito de antemão porque mesmo reformas tais como a tarifa zero, a aplicação da função social da propriedade ou o aumento exponencial dos investimentos em educação e cultura só foram cogitadas historicamente dentro do quadro de experiências mais radicalizadas do reformismo brasileiro. Ou seja, até mesmo o nirvana do liberalismo de esquerda do “direito à cidade” só se realizaria caso fosse implementado com um caráter muito preciso de revolução urbana: o conjunto de medidas necessárias para romper com a dependência econômica e o subdesenvolvimento social, desde o município, impõe a preparação de um processo revolucionário geral dirigido pelos trabalhadores e suas organizações de classe, especialmente as sindicais.

 

  Desse modo, neste momento em que se discutem as eleições municipais de 2020, e suas respectivas candidaturas e programas, todo e qualquer projeto de educação e cultura, mobilidade e moradia, orçamento e saúde, deve avançar em direção à criação de condições para o protagonismo das massas urbanas na política, por meio de uma organizada mobilização permanente da classe trabalhadora. Especialmente porque a classe trabalhadora, superexplorada no contexto do capitalismo dependente em crise, é a principal vítima da tragédia do COVID-19, relegada ao dilema desumano entre escolher a morte pela doença ou a morte pela fome, falsa contraposição entre vida e economia, imposto pelas necessidades da acumulação capitalista e do enriquecimento da burguesia, e sancionada pela covardia e compromissos de classe de governantes como Covas e Doria que, antecipando a flexibilização da quarentena – além de não ter sido suspensa em momento algum a produção dos setores estratégicos da indústria –, puseram em risco literalmente a saúde e a vida de todos, exercendo seu papel político de gerenciadores dos negócios da burguesia.

 

  Por isso é tempo de revolução em São Paulo! Para propor um projeto socialista que assuma protagonismo nas intervenções urbanas nessas eleições, em oposição ao cretinismo parlamentar, ou seja, pela construção de um projeto radical e revolucionário, com raízes profundas na vida da cidade, defendendo os verdadeiros protagonistas que a fazem funcionar.

 

  É nesse contexto que a Revolução Brasileira (RB-PSOL) apresenta a pré-candidatura de Angélica Lovatto a vereadora na cidade de São Paulo, propondo um mandato parlamentar comprometido com a articulação das lutas dos trabalhadores na periferia e no centro, nos sindicatos de cada categoria, na auto-gestão articulada, nos conselhos de bairro, nas ocupações das fábricas, e em manter viva a presença constante dos trabalhadores na política.

 

  A revolução brasileira passa pela revolução em São Paulo, passa por cada cidade onde concretamente o trabalhador (sobre)vive, trabalha e luta!

 

  É hora de abandonar as ilusões! Vamos juntos construir essa proposta radical de revolução urbana em São Paulo. Te convidamos a preencher o formulário abaixo com seus dados e adesão. Venha com a gente!

 

Formulário de adesão:

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Comentários

  1. Quero contribuir com a campanha de forma voluntária, conheço bem São Paulo , sou paulistano de nascimento e vivi em SP por 55 anos

    1. camarada, preencha o formulário e compartilhe o nosso conteúdo com seus amigos, parentes, peça para eles também preencherem o formulário. Grande abraço.

  2. Todo meu apoio a sua candidatura parabéns começou muito bem pelo manifesto. Voto em Vitória, mas serei um entusiasta defensor de sua candidatura.
    saudações Revolucionárias,
    José Marques Porto

    1. Angélica Lovato é uma candidata necessária da Revolução Brasileira; vai ajudar a romper os grilhões que acorrentam os trabalhadores ao capitalismo e o imperialismo

  3. Sou professor de Educação física, me chamo Luiz Afonso Zaneti, atualmente moro em Palhoça SC, mas apoio vc, sei que é uma ótima professora e tem compromisso com os trabalhadores.

  4. Boa tarde Angelica
    Tenho acompanhado seu trabalho como educadora nas mídias sociais, principalmente no Duplo Expresso, e militante revolucionária; palavra estigmatisada, desde sempre, mas hoje novamente na “moda”, face ao dualismo político partidario dos últimos tempos.
    Muitos reclamam da falta de renovação de quadros das esquerdas no país, e vejo em você, já que topou entrar na luta, um quadro importante nessa renovação, pelo seu alto garu de cultura, felizmente a serviço das causas, contra aqueles que sempre se apoderaram das nossas riquezas e do sonho de uma Nação soberana e rica.
    Abraços

  5. Aqui de Salvador, estou nesta campanha.
    Vamos juntos adiante e à esquerda, sempre!
    É disto que precisamos ????
    “um mandato parlamentar comprometido com a articulação das lutas dos trabalhadores na periferia e no centro, nos sindicatos de cada categoria, na auto-gestão articulada, nos conselhos de bairro, nas ocupações das fábricas, e em manter viva a presença constante dos trabalhadores na política.”

  6. A pré-candidatura da Camarada Angelica Lovatto vem ao encontro das reais exigências da luta da classe trabalhadora, por um Brasil Socialista, cujos recursos naturais estejam a serviço da grande maioria do seu povo!

  7. Utilizando todos os veículos e instrumentos da burguesia para organizar a Revolução Brasileira e a transição para o Socialismo.
    Parabéns Professora, muito êxito!

  8. Excelente! Com radicalidade e organização vamos construir um Brasil em que os sonhos não acabem de manhã. quando temos de acordar para trabalhar! Todo poder à Revolução Brasileira, é com Angélica que vamos!

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