Nutrimos sincero e profundo respeito pela dor daqueles que perderam amigos e entes queridos durante os anos de terror da ditadura militar no Brasil. Mais respeito ainda temos pela figura daqueles que deram a própria vida na luta heroica contra esta chaga que se abateu sobre nosso país durante 21 anos.
Porém, a situação atual exige que a crítica seja nossa companheira inseparável.
De fato, “ditadura nunca mais” é um bordão que nega sem afirmar. É o bordão de alguém que, impotente, teme e vocifera contra um monstro pois é incapaz de conhecê-lo e enfrentá-lo.
A ditadura militar no Brasil nasceu do fracasso e derrota do nacional-reformismo encabeçado por João Goulart, aquele nacional-reformismo o qual Lula, Dilma e todo o liberalismo de esquerda atual não chega nem mesmo aos pés.
A democracia refundada em 1985 e instituída em 1988 vive hoje sua fase terminal, pois, incapaz de suster suas poucas virtudes, é tomada e corroída por seus próprios e inúmeros vícios.
Na realidade, o bordão “ditadura nunca mais” contém outro bordão, oculto e subsequente, que é “democracia para sempre”. Ora, mas não é sob a democracia, e não sob a ausência dela, que nosso povo perece, hoje, à miséria, ao abandono e à violência sistematizada??
A Teoria Marxista da Dependência ensina que na periferia capitalista reformas só são possíveis em contexto revolucionário, assim como uma revolução necessariamente compreende um conjunto de reformas. Ou seja, a grande lição do 1° de abril de 1964 para a esquerda não é sobre ditadura ou democracia, mas sim sobre a necessidade do horizonte socialista!
A Revolução Brasileira está em curso, adiante!
Álvaro Carriello