“A sociedade brasileira vive uma verdadeira guerra de classes. Guerra declarada pela classe dominante, que bombardeia diariamente o povo brasileiro sem encontrar grande resistência. Reféns do projeto conciliatório e desarmados ideologicamente, os setores populares encontram-se em completa desorientação e são incapazes de reagir e apontar qualquer saída ao povo brasileiro. O contra-ataque só se mostra possível mediante um acerto de contas com o passado.”
Foi com esta frase que iniciamos o Manifesto pela Revolução Brasileira, documento lançado publicamente em 15 de abril de 2017. No texto apontávamos para o elemento central da conjuntura política brasileira: a crise terminal do sistema petucano. Petistas e tucanos haviam administrado durante longos anos o pacto de classes da sociedade brasileira criado no Plano Real. Produziram a manutenção do subdesenvolvimento e da dependência, com resultados visíveis no empobrecimento da população e na destruição dos serviços públicos.
A crise capitalista, o ajuste fiscal promovido pela presidente Dilma e o seu decorrente impeachment, abriram a possibilidade para o radicalismo político que necessariamente emana de momentos como o atual. Neste contexto lançamos o texto manifesto que marcou a entrada de um grupo de militantes marxistas no PSOL.
A proposta desde o início foi refundar um radicalismo político de esquerda há muito soterrado. A ditadura militar e, posteriormente, a hegemonia do liberalismo que se articulou em torno do petismo e de amplos setores dos movimentos populares brasileiros tratou de barrar a perspectiva revolucionária que era fortemente presente no Brasil antes de 1964.
Com base neste diagnóstico da crise exposto no Manifesto, avaliamos a necessidade de lançar o nome do camarada Nildo Ouriques como pré-candidato à presidência da república pelo PSOL. Intelectual e figura pública que se manteve firme na crítica implacável do sistema petucano, Nildo reunia as características necessárias para propagandear a necessidade do novo radicalismo político de esquerda.
Encerrado o processo de pré-candidatura, a maioria dos setores internos do PSOL optaram pela candidatura de Guillherme Boulos. Ainda em abril de 2018, avaliamos que a escolha era um equívoco, já que nos colocava como linha acessória do petismo no processo eleitoral. Anunciamos que a chapa Boulos e Guajajara seria um fracasso político e eleitoral, o que de fato se confirmou no fechamento das urnas.
A vitória do ultraliberal protofascista Bolsonaro abre uma nova etapa da luta política no Brasil. Ao contrário do fascismo clássico, teremos sim a continuidade do cenário de guerra de classes que já anunciamos há bastante tempo. Bolsonaro foi a expressão da crise terminal do sistema petucano. Como essa crise não encontrou uma tradução no radicalismo de esquerda, foi o radicalismo de direita que se consolidou como alternativa para amplas massas da população que efetivamente cansaram do sistema.
Continuaremos a afirmar a necessidade de um novo radicalismo político de esquerda no Brasil. Somente assim poderemos fazer frente aos tempos que já estão em curso no nosso país e no mundo. São tempos de profundas mudanças, onde a crise do capitalismo (econômica, social, política, moral e ambiental) recoloca o debate político naquilo que é central: “Socialismo ou Barbárie”. Por isso mesmo afirmamos a necessidade de organizar nossa militância política em torno da Revolução Brasileira. Não apenas como ideia, mas também como força material dentro do movimento dos trabalhadores e do movimento estudantil.
Convidamos os militantes interessados em conhecer a Revolução Brasileira que entrem em contato conosco. Assim somaremos esforços nesse grande movimento militante e radical, contra os exploradores e na busca do socialismo.
Adiante e à esquerda!
Gostaria de conhecer um pouco mais sobre a RB. Tem contatos no RS? Sou jornalista e militante do PSOL. Atuo no movimento ecossocialista.
Gustavo, sou do Rio de Janeiro e gostaria de saber se há algum representante desta corrente do PSOL aqui no Rio? Desde já agradeço.
até onde eu sei, a organização não reivindica o ecossocialismo, pelo contrário.
NILDO PRESIDENTE! REVOLUÇÃO BRASILEIRA!A HORA É AGORA! ESSA LUTA É NOSSA.
Não sou um intelectual, mas me identifico com as teses do Ouriques. Sou apenas um médico e militante da Frente Baiana Contra a Privatização da Saúde em Defesa do SUS e colaborador do comitê de defesa do SUS de Periperi-Praia Grande, subúrbio ferroviário de Salvador-Ba. A maioria dos usuários do SUS desconhecem os princípios da Reforma Sanitária Brasileira que deram origem ao sistema.
No Brasil ocorrem muitos seminários, palestras, audiências, porém acabam por ser uma conversa entre nós mesmos, militantes e geralmente não resultam em nenhum encaminhamento prático.
Sou filiado ao PSOL, mas não tenho militância partidária. Acho que os grupos hegemônicos têm a mesma prática de filiar pessoas para fazer número favorável nas plenárias. A preocupação por eleições é muito grande! Muitos estranham essa minha estupefação e mais ainda quando digo que só venceremos efetivamente as eleições quando elas deixarem de ser a prioridade.
Já não tenho mais entusiasmo eleitoral, pois insistimos em fazer campanha nos mesmos moldes dos partidos da ordem. Sou a favor de um comitê único para todos os candidatos, o tipo de propaganda e os debates devem pautar-se pela crítica não só ao sistema mas à própria estrutura eleitoral.
Por fim, foi uma grata surpresa saber que Gilberto Vasconcellos ainda é um militante e tornou-se um intelectual influente, pois o conheci no alvorecer da adolescência e já discutia política como muitos adultos, na rua Julio Barbuda, em Salvador. Ele era primo de um saudoso amigo meu, Carlos Vasconcellos.
Saudações,
Aurelio Laborda
Eu sou professor de filosofia da tecnologia na Universidade Federal de Uberlândia e estou estudando Álvaro Vieira Pinto e outros e me interesso pelas formulações de vcs..gostaria de participar….mas queria saber se posso discordar da análise do que vcs chamam de petucanismo..
Caríssimos Camaradas da Rev. Brasileira. É com imensa satisfação que lhes dou as boas vindas e os parabéns pelo corajoso enfrentamento das hordas neoliberais e imperialistas que infestam a Pátria Grande. Dito isso e, ainda que eu seja um entusiasta e propagador dos ideais desse movimento, me preocupa duas coias: a estratégia “Cavalo de Troia” de se alojar em um Partido como o PSOL, já totalmente cooptado pelo Sistema e diante da impossibilidade de se alcançar a maioria. Outra coisa, como já bem colocado pelo Giba em brilhante apresentação nas JBs, a estratégia de comunicação da RB, ainda que brilhante e autêntica do ponto de vista acadêmico, técnico e revolucionário, está longe de ferramentas pedagógicas populares como as desenvolvidas pela Educação Popular e o Movimento de Sistematização das Práticas Educativas ou mesmo de ferramentas “Pós-Modernas” com as utilizadas largamente pela Direita (Giba novamente). Claro que entendo que estar no PSOL pode ser contingencial e, se assim for não tenho objeções. Já a questão da comunicação precisa ser repensada urgentemente. Em outros posts vou falar de como tenho usados memes para propagar as ideias da RB via whatzup. Abraços.
Venho acompanhando o trabalho do Nildo a um tempo e me identifico demais com suas ideias. Sou estudante de filosofia e gostaria de saber mais sobre a RB. Sou natural da Paraíba, porém, resido atualmente em Recife PE.
Whatsapp: 81 9 9281-7821.
Me interessei profundamente pela RB, sou metalúrgico, chão de fábrica, gostaria de conhecer mais e atuar de forma significativa para a RB. Moro em Belo Horizonte/MG, vocês tem sede aqui?
Gostaria de conhecer. Há algum contato por Fortaleza/CE?
A Revolução Brasileira precisa do nordeste. Vocês não dão formação aqui?
Legal.
no PSOL em Pernambuco existem companheiros que estão tratando esta corrente revolucionária? Porque atuais parlamentares do partido em exercício não representam essa corrente.
Amigos, sugiro indicar a data de publicação dos textos.
Oi, sobre o Boulos, me parece meio foda afirmar que o mal resultado partisse somente de iniciativa dele, fosse quem fosse o candidato do psol ou até mesmo o Ouriques não teria resultados expressivos por causa da correlação de forças de 2018, quem votaria no psol preferiu fazer voto útil uma vez que pra esquerda radical ser viável eleitoralmente infelizmente é necessário uma jornada longa que estamos reconstruindo agora já que não temos os meios de propagação ideológica da burguesia, mesmo assim queria saber da perspectiva dessa corrente do psol a respeito de como fazer a revolução em termos práticos e se a estratégia que o Boulos vem falando ser necessário de continuar a mobilização nas ruas mesmo depois de eleito para pressionar o legislativo não seria útil para uma maior politização da sociedade contra os desmandos do capital e um passo necessário para revolução? também acharia necessário trazer a telesur pro brasil ao menos pra fazer frente as noticias da globo news e da agora da cnn como meio de expandir e segurar a base e garantir apoio nas contra ofensivas das elites
Grande trabalho que a RB vem fazendo em reforçar a radicalidade e a negatividade na esquerda, fazendo o uso inteligente das ferramentas do sistema para lutar contra ele. Não da pra se abster da tarefa revolucionária de denunciar o fechamento do regime e propangandear a necessária ruptura socialista com a democracia liberal burguesa e seu Estado. Contem comigo!
Há muito participo de lutas populares, acho que qualquer luta, tem que ter a desigualdade social e econômica da nossa população. Se for esse objetivo estou dentro.
A despeito dos “resultados visíveis do empobrecimento da população”, tomo a liberdade de corroborar empiricamente a partir da aplicação da “função de Cobb Douglas “, y=A*K^a*N^(1-a), que revela as participações da remuneração de capital (K) e trabalho (N) na renda de 1987 a 2017 no Brasil. Em 1987 de 3,6 de crescimento econômico a remuneração de capital ficou com 2,0 e a remuneração do trabalho com apenas 1,0; em 1997 de 3,3 de crescimento econômico a remuneração de capital ficou com 2,2 e remuneração do trabalho ficou com 0,9; em 2007 de 5,7 de crescimento econômico a remuneração de capital ficou com 2,4 e a remuneração a remuneração do trabalho amargou apenas 0,6% e, em 2017 (projeções) de 3,83 de crescimento econômico o capital ficou com 1,8 e a remuneração do trabalho com apenas 0,5%. Os dados falam por si: enquanto a remuneração da participação do trabalho decresce ano após ano, a remuneração da participação do capital na renda cresce mais que proporcional a remuneração da participação do trabalho na renda, com ênfase para o ano de 2007 em que a “pesquisa & desenvolvimento” prescinde explicar como o “progresso técnico ” saltara da participação de 0,2 no decênio anterior para 2,7 em 2007 de uma taxa de crescimento de 5,7…